Wednesday, January 24, 2007

My dinner with André

Pois este poderia ser um dia como os outros, já que janto muitas vezes com o André. Porém, este texto refere-se ao filme de Louis Malle de 1981 (mais sobre este filme aqui). Vi o filme porque a interessantíssima orientadora de PhD do André também esteve envolvida em coisas de teatro e falou-lhe no Andre Gregory. Daí foi um passo para este filme, composto por apenas dois personagens, o Wallace Shawn e o Andre Gregory a fazerem deles próprios. Encontram-se para jantar algures em Manhattan e conseguem manter-nos sentados com eles dois à mesa numa conversa sobre as suas vidas e as suas visões do mundo e da realidade durante todo o tempo do filme.

A conversa, essa realmente dá que pensar. Se pensar que tudo se passa em 1981, vejo que de facto os tempos passam mas as perguntas essenciais mantêm-se: o que fazemos aqui? O que queremos ou deveríamos estar em cada momento a fazer com as nossas vidas?
Uma vez que tanto o Wallace como o André estavam muito na cena do teatro nova-iorquino nesta altura, falam também do papel activo do teatro como ferramenta de educação/informação/… para as pessoas que vagueiam pelo mundo. Discutem perspectivas ora complementares ora opostas sobre se deveríamos viver cada momento espontaneamente sem pensar demasiado nos propósitos dos nossos actos. Pessoalmente fascinaram-me as experiências contadas por André Gregory (podem ler excerto na WWW, e.g. aqui).

Mas o que mais me marcou foi uma ideia de Gregory sobre Manhattan, em que as cidades de hoje são a nova geração de campos de concentração super eficientes pois nem precisam de muros pois as pessoas sao ao mesmo tempo prisioneiras e guardas (na verdade as pessoas queixam-se do stress das suas vidas, mas nao querem sair). Nesta perspectiva as pessoas são mantidas sedadas com suposta arte que apenas nos mantêm num mundo de sonhos e de que “tudo vai ficar bem” sem termos a verdadeira percepção da realidade. Surge a ideia de que se de facto estivéssemos acordados para a realidade e o momento do Agora entraríamos em pânico mas teríamos melhor noção de que cada segundo é de facto precioso e que temos a responsabilidade e a liberdade de o viver como nos apetecer e da melhor maneira que encontrarmos. De facto, o que mantêm toda uma sociedade a acordar todos os dias de manha, passar horas em filas de trânsito, mais umas quantas horas sentados em frente a um computador, a fazer texto ao quilo cujas repercussões são tão dúbias? Porque não acordamos de manhã com a fascinação que deve estar ligada ao acontecimento de acordar para um novo dia? Porque não acordamos felizes e impacientes de sentir o vento na cara, o sol quente nas costas, o cheiro do mar, a areia entre os dedos? A vida seria muito mais imprevisível, mais rica, por consequência as mentes dos milhões de pessoas por toda a sociedade poderiam evoluir em infinitas direcções. O desconhecido de que infinitas possibilidades são essas causa muito medo, principalmente a quem nos governa … pois seria o mesmo que em cada momento abrir a gaiola e deixar o pássaro voar.

For those who seek more information about this movie:
Film Society of Lincoln Center
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Saturday, January 13, 2007

Zizek no Público de hoje

De volta aos Estados Unidos, desta vez trago mais umas pontes para o nosso mundo português. A minha intenção é mais a de me manter ao corrente do que se lê e pensa por Portugal enquanto estou por cá a absorver criticamente esta cultura de fast-food, prozac, trens absolutamente desnecessários de infinitos gadgets para a casa, e ao mesmo tempo de extremo fitness, slow food, co-ops e tudo orgânico aos mesmos preços que os produtos equivalentes não orgânicos … em súmula este país de contrariedades tal como o são todos os adolescentes que vivam os seus teen years a 100%.
Uma das “pontes” que descobri foi como ouvir a rádio Oxigénio pela Internet o dia inteiro, porque aliás tem um som que sendo de qualidade ainda assim me permite manter-me concentrada no meu trabalho e pensamentos. Sim porque passar o dia a ouvir a música muito “Seattle Indie” que passa no Grey’s Anatomy não ajuda o meu focus.
Outra valiosa aquisição é um hábito mais enraizado de consumir os jornais diários portugueses digitais. Ainda hoje no suplemento Mil Folhas do Público, inclui-se um artigo sobre Slavoj Zizek, um dos “intelectuais mais influentes do nosso tempo” de quem apenas conhecia a frase proferida por Morpheus, dirigindo-se a Neo, no primeiro filme da saga Matrix: “Bem-vindo ao deserto do real”. Este é o título de um dos livros deste filósofo, psicanalista e investigador esloveno… fico com imensa curiosidade de ler.
Mas quantos de nós temos estes impulsos de cultura, de absorver tudo? Dizer adeus à televisão para sempre e mergulhar nas diversas filosofias, num mais profundo conhecimento do mundo que nos rodeia. No entanto quedamo-nos a observar as pílulas azul e encarnada, indecisos. Creio que no meio está a virtude … mas seria bom podermos dar asas a estes nossos ímpetos e viver livres com tempo para explorar as nossas sedes de conhecimento… aquelas que surgem assim de repente…
Quanto mais se lê, mais se percebe o que existe por aí interessantíssimo de explorar. Por exemplo, já conhecia o Jornal de Letras, mas não sabia que o podia consultar pela Internet e qual não foi a minha surpresa ao encontrar no número agora em circulação a Autobiografia de António Câmara, o professor que mais me inspirou durante a faculdade, muito embora estivesse nesse ano (1998) de licença sabática no M.I.T. aqui em Boston. Tive com ele alguns encontros informais, e uma verdadeira lecture que ficou para todo o sempre, cuja punchline era a de que devíamos sair de Portugal para perceber a verdadeira dimensão do mundo, ver outras realidades para ganhar perspectiva e perceber onde Portugal se situa no mundo actual. Ao António Câmara os meus sinceros Parabéns pelo Prémio Pessoa que recebeu em 2006 pelo sucesso da Ydreams!

Wednesday, January 3, 2007

Before Leaving Lisboa, Portugal

Antes de nos despedirmos de Lisboa, Portugal e de todas as coisas boas que constituem o modo de viver europeu decidimos ir almoçar a Carcavelos com o Gustavo e Raquel, aquelas deliciosas tostas mistas Windsurf e sumos naturais de morango. O dia esteve super solarengo e soube bem sentir a cara aquecida pelo sol das 13h. Despedimo-nos dos nossos vizinhos "amaricanos" e fomos até a Calçada do Combro, do outro lado da rua do Incógnito, para um encontro marcado com a Ana, esta artista maluca que conheço há já mais de 7 anos... incrível como o tempo passa. Uma vez que temos algum receio de cortar "el pelo" nos States (por vermos a amostra creio, se bem que em Manhattan há cortes giríssimos, o problema e encontrar onde sem pagar 200 dólares por um simples corte ... e ainda assim, o preço não é garantia) aproveitamos para o fazer nas pouquíssimas vezes que estamos em Lisboa. Et voilà, os novos nós, para o novo ano:

Tuesday, January 2, 2007

Happy B-day Andre'

Pois muitos parabéns Senhor André. Sim escrevo senhor pois já se trata de um adulto mesmo adulto. 35 Anos é o que celebramos hoje, uma conquista fenomenal para o André que conserva aquela energia jovem... bom, estou a brincar, ele conserva a energia jovem pois é jovem, pois os 35 agora são os novos 25 :o)
Celebrar o dia de anos em Lisboa foi algo de novo, a combinar com o ano também ele novo. Pois parece que em geral os restaurantes encerram à segunda-feira, mas uma vez que o primeiro de Janeiro foi a uma segunda-feira, praticamente todos decidiram fechar os seus estabelecimentos no dia seguinte, ou seja, hoje, no dia de anos do André. O dia esteve super solarengo, pelo que foi óptimo conduzir pela Avenida Marginal a olhar para o oceano com um pouco de Bugio a massajar as areias da Linha e da Costa da Caparica. Chegados à Bica do Sapato percebemos que apesar de excelente restaurante, a Bica não fugiu a regra e encerrou também hoje. Acabámos por ir ao DeliDelux para fazer um almoço mais leve, ainda que à beira rio.
Depois do almoço, chegou a hora de pensar no jantar … fizemos um óptimo jantar lá em casa com (por ordem de chegada) a Jo e Paulo, o Gustavo e a Raquel (que fizeram mega surpresa de anos ao André), a Cristina, a Rita e o Ricardo, a Su, o meu primo Bruno e a minha mãe. Foram várias as surpresas boas … apenas tive uma surpresa má: a bateria da minha máquina fotográfica estava a zeros, de modo que consegui tirar apenas uma foto rápida do momento … ainda assim, foi óptimo, vocês são lindos.

Monday, January 1, 2007

Ano Novo 2007

Pois Bom Ano para a Família e todos as Amigas e Amigos e caras metades e enfim … todos que lêem estas palavras e os outros. O Ano chegou ao fim e outro começa. No espaço de horas avalio as minhas conquistas e derrotas, aquilo que melhorei e aquilo que pretendo melhorar ainda, quem sabe este ano. Há sempre uma certa melancolia em acordar para o dia 31 de Dezembro, pois para mim desde os primeiros anos da adolescência que se tornou ritual estar comigo mesma a fazer o balanço do ano que acabou. Poderia ser um dia como os outros, mas não é, para mim não é.
Depois de correrias para todo o lado, o André e eu passámos o ano chez nous, com carpacios e Moet Chandon, depois de boa cerveja belga. Preparámos todo o jantar para passar um momento a dois. Bom ano!

Hoje acordámos tarde, bem tarde, mas felizmente a minha mãe sempre super organizada marcou o almoço para as 14h e ainda assim fomos capazes de chegar atrasados. Tudo correu bem, juntámo-nos em casa dela para um almoço fabuloso de Caril de Gambas, com a Titi. Foi bom ter tempo para pôr conversa em dia … e então conversámos durante horas. Durante a tarde tivemos a visita de um amigo do André, dos Açores. Enfim, a tarde foi muito engraçada não tivesse sido eu querer experimentar a máquina fotográifca do amigo João. Pois fui disparando inocentemente para testar a máquina e quando dei por mim tinha várias para apagar. Claro que podia ter pedido ao João para apagar as fotos, mas não, aqui a Monteiro tem sempre a mania que domina as tecnologias (e em boa verdade, domino, ou não tivesse eu sempre a mania) e então percorrendo os menus em espanhol, tao parecido ao portugues, inadvertidamente apaguei as fotos todas do senhor. Foi-se o jantar de Natal, os pores do sol a passear por Lisboa, os vários monumentos e miradouros que tambem eu devia ter calcorreado para umas fotos aqui no blog … mas não apaguei momentos que ele já não pode recuperar, talvez quem sabe daqui a um ano… enfim, momentos.

Lurdes, Rita & Dulce

Lurdes & Rita

Lurdes & Dulce

Rita & Dulce