Monday, April 28, 2008

Whale Watching 2008

Os jornais têm noticiado a chegada das killer whales, que o André tanto queria ver. Assim este sábado de final de mês decidimos ir de Woods Hole até P-Town (a cidade mais gay de Cape Cod). Já estivemos montes de vezes em Provincetown e adoramos sempre estar lá. Para além da rua principal com montes de lojas e cafézinhos, passando por livrarias, galerias de arte, e sex shops do mais conservador ao mais kinky, paredes meias com umas padarias portuguesas, o ambiente é fenomenal.  Desta vez porém fomos mais pelo passeio para ver cetáceos. Com a abundância do peixe que estou a usar na minha investigação, vêm obviamente os predadores em busca de alimento, no final de uma extensa migração. 

Saímos ao início da tarde, e logo ao sair do porto começámos a ver baleias. Primeiro uma aqui e outra ali, sempre com vários spouts no horizonte, e depois tornou-se um manancial de baleias, a ponto de não saber para onde me virar. Nesta saída vimos 28 humpback whales, 2 fin whales, 2 focas, mas não vimos killer whales, para grande desilusão do André. No entanto, a saída foi espetacular, com baleias a menos de 1 m da embarcação, a ponto de todas as pessoas se queixarem do mau "hálito" das baleias. Na verdade, assim que vinham à superfície, as baleias expiravam o ar respirado durante o mergulho, e com esse ar vinha um intenso cheiro a peixe podre ... iughh. Fora isso, as baleias são de uma graciosidade imensa.







Aqui começamos a ter 3 baleias junto ao barco:










Para além de termos visto baleias a dormir (pairavam à superfície), vimos também breachings, quando as baleias saem de água completamente, e vimos elas a alimentar-se. Este aliás foi o comportamento mais visto durante a saída. Quando imersas, as baleias libertam bolhas formando um círculo que confunde as escolas de pequenos peixes, e à medida que as bolhas sobem para a superfície, as baleias sobem também de boca aberta para uma enorme quantidade de água e peixe. Claro que as gaivotas oportunistas, esperam mesmo em cima para abocanharem algum peixe confundido com toda a situação. Vimos gaivotas pousar nas cabeças das baleias, e quase dentro das bocas delas.











Aqui vê-se bem a quantidade enorme de água que sai pelos lados da boca da baleia. Esta água passa pelas barbas da baleia, ou baleen, captando mais pequenos organismos.



Depois de acabada a passeata de barco, fomos almoçar em Provincetown e claro que antes de voltarmos a casa, tivemos de ir até a Race Point, que tanto adoramos. No caminho entre Provincetown e Race Point, há uns trilhos de bike nas dunas por floresta de cedros, que já fizemos no passado. Na praia em Race Point vimos dezenas de baleias, ali mesmo da praia. E como se o dia não estivesse a ser suficientemente BBC vida selvagem, um perú selvagem passou a estrada mesmo em frente de nós! Grande dia ...
 

Sunday, April 27, 2008

Sunset em Wood Neck Beach



A Primavera está a chegar. De repente dei conta que o mês de Abril está a acabar e eu praticamente nem dei conta do início do mês. Claro que passaram os anos da minha querida mana, da Rita ex-Simons e agora Senhora Galvão, do Kiko garoto mais giro a passear pelas ruas de Maputo (e mais além) ... o que me dá noção do tempo que passa? apenas as saudades destas pessoas que partilharam a minha vida de todos os dias e que já não vejo há tanto tempo.

Foram estes os pensamentos que me inundaram o espírito quando caminhei de casa até à Wood Neck Beach ali em frente, para ver o pôr-do-sol.



Friday, April 25, 2008

Field Work in Cape Cod, MA

Os meus study sites ficam espalhados por todo Cape Cod, desde umas bacias hidrográficas que drenam para Buzzards Bay, mais umas quantas para Nantucket Sound, e 3 sistemas virados para Cape Cod Bay, um deles inserido dentro do Cape Cod National Seashore, um parque nacional americano.

Aqui ficam umas poucas fotos dos lugares por onde ando a colecionar amostras de alewife, ou alosa cinzenta.

Em Falmouth eu estou a estudar 4 sistemas com diferentes níveis de urbanização: Cedars Lake, Wing Pond, Trunk River/Oyster Pond, e o Coonamessett River. No Trunk River já passei imensas horas, incluindo daqueles momentos BBC nature live, em que vi o nascer da lua à 1AM que iluminou um espetáculo de um cardume de alewives que ao tentar entrar no seu rio natal para desovar, tentava ao mesmo tempo escapar da fome de três focas que se iam deliciando com o "meu" peixe sem se esforçarem muito para o apanharem. Foi lindo estar dentro de água a apanhar peixe e ter uma foca alinhada com a lua cheia, a uns 4 metros de mim. Yikes!

Algures a montante no Coonamesset River:

Um dos sítios onde vi mais alewife foi mesmo à entrada do Coonamesset Pond, quando o peixe chega exausto depois de ter fintado focas, gaivotas, guaxinins, e outros peixes predadores (como o striped bass e o largemouth bass) ... e lá estou eu cruel com as minhas redes:


No "Outer Cape" ou seja onde logo a norte de onde o Cape Cod faz um angulo de 90graus, fica um dos sistemas costeiros com o qual tem sido mais fácil fazer trabalho de campo, talvez porque o expert que gere aquele sistema sabe tanto sobre o sistema de Eastham e sobre tudo em geral. O Henry Lind é um senhor com quem tem sido um prazer fazer o meu trabalho de campo, com quem tenho aprendido imenso com as suas décadas de experiência. Aqui apanho peixe, aquele mesmo, mesmo antes de entrarem para o lago onde desovam:


Perto do sistema de Eastham, mas mais para SW fica o sistema de Stony Brook em Brewster, que inicia aqui no Paine's Creek e vai rio acima até um sistema de 7 lagos, passando por um moínho com umas centenas de anos, onde normalmente eu apanho as minhas amostras:

Neste sítio e em geral em todos os meus locais de amostragem é fácil perceber quando o peixe anda por lá pois encontro ora gaivotas ora focas prostradas à espera de ver o peixe que tem o desplante de tentar subir rio acima:


Antes de ontem fui explorar a minha mais recente adição no meu estudo, o sistema de Wellfleet Herring River, que fica dentro dos limites do parque nacional Cape Cod National Seashore. A directora do parque gostou tanto do meu projecto que me deu em 1 dia a licença que leva sempre uns 3 meses para conseguir. Durante muitos anos os encarregados deste sistema têm monitorizado tudo o que seja ser vivo ao longo de todo o sistema e por isso sabem imenso sobre tudo. O Carl Breivogel, um surfista ferrenho com os seus 56 anos, ofereceu-me a excelente oportunidade de ver todo o sistema do início num sistema de 3 lagos ligados até à Baia de Cape Cod, fazendo trechos de kayak. Na quarta-feira lá fomos. Esteve um dia de sol espetacular. Começámos na praia de Newcomb Hollow, que tinha um dos melhores brakes de todo Cape Cod até há pouco tempo (claro que para além de peixe e desenvolvimento urbano tivemos de falar de surf e geologia).

Na Newcomb Hollow Beach começámos o dia de reconhecimento deste sistema. Esta praia faz parte do parque nacional:


Aqui é onde ficava o grande brake. A árvore no meio da areia é no mínimo insólita. O que explica a existência tanto do mega brake como da árvore é a geologia da zona. Eu queria ver a geologia aqui pois diz muito sobre a geologia dos lagos onde os peixes desovam e onde o peixe vive até cerca dos 3 meses, quando migram para o mar e para sul até às Carolinas onde passam o inverno.


Aqui temos dois dos meus voluntários (George e Bruce, à direita), o Carl no meio, e o André, que teve este dia de passeio com kayak durante as suas férias de Páscoa tardias.

Nesta parede vimos grandes depósitos de argila e de restos de material trazido pelos ultimos glaciares. Literalmente tirei pedaços de argila das paredes. Em tempos a Cape Cod bay foi um grande lago.





A passeio de kayak e jipe no meio do mato chegámos aqui ao início do Herring river, onde se junta ao primeiro lago. Henry David Thoreau alugou uma casa a um apanhador de ostras por uns tempos durante a sua vida, e eu fico a sonhar se terá sido quando escreveu o seu famoso "Cape Cod" ... neste dia consegui apanhar aqui logo 16 adultos e ainda vimos spawning a acontecer mesmo ali.

Muito mais a juzante começa uma enorme área que foi um imenso salt marsh:

Tuesday, April 15, 2008

Eu no Cape Cod Times

Cape Cot Times ' Slow Comeback for herring, by Doug Fraser
Este é o jornal diário desta região! Saiou hoje um artigo sobre o meu trabalho e imaginem que tem uma foto minha e tudo! Yikes!



Merrily Lunsford (reporter for Cape Cod Times)

Friday, April 11, 2008

Eu no site do Ecosystems Center do MBL

Ah pois é ... escreveram um pequeno artigo sobre o meu trabalho que apareceu na homepage do MBL. Aqui fica o texto.

EFFECTS OF LAND USE CHANGES ON ALEWIFE POPULATION
By Debborah G. Scanlon

Rita Oliveira Monteiro conducts her graduate research in some of Cape Cod’s most picturesque locations: Trunk River off Falmouth’s Surf Drive, Wing Pond and Cedar Lake in North Falmouth, Waquoit’s Childs River and Quashnet River, Stoney Brook in Brewster, and Herring Brook in Eastham. But this Ph.D. candidate has been collecting alewife (one of the two river herring species) as they run into streams since March, when the water was just barely above freezing. Hardly a vacation.
Ms. Monteiro, a graduate student at the State University of New York’s College of Environmental Science and Forestry in Syracuse, will be at the Ecosystems Center for the next three years. She is working with Ivan Valiela, adjunct scientist at the center and professor in the Boston University Marine Program. Her research centers on the effects of land development on the alewife population, which has dropped precipitously in the past 50 years. Ms. Monteiro estimates a 95% decline in the species. In November of 2005, the Commonwealth of Massachusetts imposed a three-year moratorium on the harvest, possession and sale of herring.
Possible reasons for the alewife fishery decline are overfishing and by-catch (fish that are discarded because they are not the target catch). But Ms. Monterio focuses her research on the conversion of forests to developed areas and the resulting increased nutrient run-off from these watersheds into streams and estuaries where herring spawn. Alewives migrate north from mid-March to mid-May to spawn in their natal streams, and increased urban development may alter breeding and growth by reducing water quality in these streams.
The areas of study include watersheds at different levels of development, from heavily forested to urbanized. Five are on Cape Cod, two in New Hampshire and two in southern Maine. In these streams, development could affect herring breeding not only because of associated nutrient loading but because of the alteration and loss of suitable breeding habitat, such as removal of dams or marshes.
Ms. Monteiro will collect about 30 adult and 30 juvenile alewives in each study area in each season, then will measure the stable isotopes in the juveniles’ muscle tissue. The isotope data will help her identify the chemical signatures of their home stream watersheds. She will also analyze the otoliths (earbone structures behind the herring’s brain) to estimate their growth rates, and elemental composition in watersheds with contrasting levels of development.
Helping Ms. Monteiro are Falmouth Department of Natural Resources Assistant and Herring Constable, Charles Martinsen, and River Herring Wardens from Eastham, Henry Lind, and Brewster, Dana Condit.
Her efforts to provide information on the link between the alewife decline and the increased urbanization of the coastal watershed will, Ms. Monteiro hopes, give answers to what kind of land cover is specifically involved in affecting alewife populations, and provide information for marine conservation planning. “This could affect management strategies such as habitat restoration, water quality protection, establishment of reserves and the control of harvests.”
Ms. Monteiro can be reached at the MBL at 508-289-7518.

Friday, April 4, 2008

The Met

Este fim-de-semana estive em Manhattan com o André. Passeámos pela cidade, comemos gauffres de Liège na rua, encontrámos um excelente restaurante belga, onde bebemos o champagne das cervejas (chama-se Lucifer) e passámos um bom momento. Como estava imenso sol, passeámos pela rua e aproveitámos para ver a exposição da Evolução Humana, atravessámos o Central Park para ir até ao Met ver a exposição temporárias do Gustave Courbet. Altamente! Claro que uma vez no Met há sempre arte a espicaçar a curiosidade. Assim foi com a ala das esculturas de Rodin. Explorámos também umas alas de arte contemporânea ... e espreitámos a exposição de Jasper Johns.





Agora cá estou de volta com este mar todo, esta natureza por todo o lado... e as conchas, part tout!