Saturday, January 13, 2007

Zizek no Público de hoje

De volta aos Estados Unidos, desta vez trago mais umas pontes para o nosso mundo português. A minha intenção é mais a de me manter ao corrente do que se lê e pensa por Portugal enquanto estou por cá a absorver criticamente esta cultura de fast-food, prozac, trens absolutamente desnecessários de infinitos gadgets para a casa, e ao mesmo tempo de extremo fitness, slow food, co-ops e tudo orgânico aos mesmos preços que os produtos equivalentes não orgânicos … em súmula este país de contrariedades tal como o são todos os adolescentes que vivam os seus teen years a 100%.
Uma das “pontes” que descobri foi como ouvir a rádio Oxigénio pela Internet o dia inteiro, porque aliás tem um som que sendo de qualidade ainda assim me permite manter-me concentrada no meu trabalho e pensamentos. Sim porque passar o dia a ouvir a música muito “Seattle Indie” que passa no Grey’s Anatomy não ajuda o meu focus.
Outra valiosa aquisição é um hábito mais enraizado de consumir os jornais diários portugueses digitais. Ainda hoje no suplemento Mil Folhas do Público, inclui-se um artigo sobre Slavoj Zizek, um dos “intelectuais mais influentes do nosso tempo” de quem apenas conhecia a frase proferida por Morpheus, dirigindo-se a Neo, no primeiro filme da saga Matrix: “Bem-vindo ao deserto do real”. Este é o título de um dos livros deste filósofo, psicanalista e investigador esloveno… fico com imensa curiosidade de ler.
Mas quantos de nós temos estes impulsos de cultura, de absorver tudo? Dizer adeus à televisão para sempre e mergulhar nas diversas filosofias, num mais profundo conhecimento do mundo que nos rodeia. No entanto quedamo-nos a observar as pílulas azul e encarnada, indecisos. Creio que no meio está a virtude … mas seria bom podermos dar asas a estes nossos ímpetos e viver livres com tempo para explorar as nossas sedes de conhecimento… aquelas que surgem assim de repente…
Quanto mais se lê, mais se percebe o que existe por aí interessantíssimo de explorar. Por exemplo, já conhecia o Jornal de Letras, mas não sabia que o podia consultar pela Internet e qual não foi a minha surpresa ao encontrar no número agora em circulação a Autobiografia de António Câmara, o professor que mais me inspirou durante a faculdade, muito embora estivesse nesse ano (1998) de licença sabática no M.I.T. aqui em Boston. Tive com ele alguns encontros informais, e uma verdadeira lecture que ficou para todo o sempre, cuja punchline era a de que devíamos sair de Portugal para perceber a verdadeira dimensão do mundo, ver outras realidades para ganhar perspectiva e perceber onde Portugal se situa no mundo actual. Ao António Câmara os meus sinceros Parabéns pelo Prémio Pessoa que recebeu em 2006 pelo sucesso da Ydreams!

1 comment:

Anonymous said...

Continuação de bom trabalho. És uma pessoa muito, muito especial. Adoro-te
Bjs