Wednesday, May 9, 2007

Ciclos

Aqui estou. Vivo agora o momento que me trará a conquista de 30 anos de vida. Falta menos de 1 mês. Sinto uma calma imensa, não sinto tristeza, mas sim alegria por me sentir hoje mais criança do que aos 17 anos. Continuo a querer mudar o mundo e acredito que em alguma medida o conseguirei fazer. Neste momento, um bluejay observa-me a menos de 3 metros de distância, enquanto decide se vai saborear os amendoins que tenho na varanda para ele. O calor já passou dos 28ºC e o verde e o sol já invadiram de novo a minha sala. Três goldfinches lutam por um lugar no alimentador de sementes de girassol.
Tudo à minha volta me diz que o sentido da vida é um ciclo de emoções e experiências que vamos decidindo enfrentar com amor, com paixão, com ansiedade, com frustração ... stress e paz, uma matemática equação harmónica.
A semana passada foi o apogeu de uma onda de stress e ansiedade que vinha perdurando por um periodo maior do que eu esperaria. Assumir a responsabilidade por uma ideia, dar a cara por um projecto, que outros cientistas dizem conter mais risco que o aconselhado foi stressante, frustrante, mas acreditando um pouco em mim consegui produzir algo que me trouxe de volta alguma paz.... imagino o que teria acontecido se ao invés tivesse acreditado imenso em mim. A passarada anda por aqui, um housefinch encontra-se parado, de semente no bico a ver-me enquanto escrevo.
De volta à conversa dos ciclos, estão em tudo mesmo quando parecem não estar ... daí serem um ciclo. Da mesma forma, a lua está lá mesmo quando é Nova. Euforia e depressão, coragem e medo, rir e chorar, dia e noite, calor e frio, verão e inverno, outono e primavera ... ciclos. Também o que se tem passado na minha vida contém em si ciclos com diversas dimensões. A dúvida e a coragem de ir por um caminho são ambas importantes para a cada momento equacionar se é mesmo por aí que quero ir, ou se deverei magicar uma alternativa. Nesse processo vou encontrando o meu caminho, muito embora raramente perceba que é o meu caminho.
Hoje vi um oriole, pela primeira vez, fiquei espantada pelo intenso cor-de-laranja que se destacava do manto verde que se tem formado aqui com a Primavera.

1 comment:

Anonymous said...

Oi princesa! Quão poético, místico e sofrido! Coragem linda!
Bjocas
Eu