Thursday, December 13, 2007

MoMA

Finalmente, decidi investir tempo para ir até à 53rd Street, explorar o Museum of Modern Art, mais conhecido por MoMA. Já fui a exposições temporárias, mas ainda não tinha descoberto a exposição permanente, talvez por saber que está sempre lá. Uma situação idêntica se passa com a exposição permanente do Lalique na Gulbenkian. Estou há anos para lá ir, e a única vez que de facto fui até lá, estava a ser renovada.

O MoMA vale a visita ... logo à entrada dei de caras com a nova exposição das obras de Martin Puryear, que hoje encontrei num artigo da New Yorker. Estava a conversar ao telefone quando os meus olhos encontraram pela primeira vez uma escada que parecia levar a um destino mágico.

Esperei e esperei por este momento, traduzia o que eu senti. Foi interessante perceber que o André leu nesta foto exactamente o que eu senti. Estou a falar de quem olha a escada, o sonho e a magia, enquanto o mundo gira sem parar para o que é mais importante.





A galeria de design é uma experiência de expansão de como as formas podem ser traduzidas de forma tão criativa em funcionalidade, desde cadeiras de Mackintosh de 1897, a janelas de Frank Loyd Wright de 1912, a um estudo de Hermann Finsterlin para uma casa de sociabilidade de 1920, vasos de Alvar Aalto de 1936, a cadeira de William H. Miller de 1944, loiças de Kaj Frank 1954.






Cadeira de René Herbst de 1928, mobília lounge de Matta (1966), sistema de arrumação de Joe Colombo (1969):









Junto com a galeria de design havia imensos estudos de arquitectura e planeamento de cidades. Achei tudo fascinante. Por exemplo, neste estudo pretendia-se criar espaços suspensos sobre a cidade de Paris, como reflexo do amor que os habitantes têm pela sua cidade e do valor de a manter para sempre parada no tempo. Estes espaços suspensos por estruturas metálicas, permetiria cada um a criar o seu espaço na estrutura suspensa.


Neste outro caso, de início de século, mostra-se um plano para uma cidade ambulante no oceano (lembra-me imenso um filme que vi há um par de anos):


Este desenho era enorme, era um estudo de tráfego de uma cidade:


As horas foram passando rápidas e eu passeei por mais umas galerias, sem contudo conseguir absorver tudo o que o MoMA tem para oferecer. Aqui ficam alguns pormenores.




Alguém consegue adivinhar o que está nesta fotografia? Posso dizer que são três objectos iguais:


Precursores do cinema?



Mobiles de Alexander Calder, que eu adoro. Este é de 1939, Lobster Trap and Fish Tail.


Números:


Telas que me marcaram (entre muitas outras), embora não as que mais me afectaram.


Willem De Kooning 1050-52. Woman
Ele teve várias telas dedicadas ao tema da Mulher. Ele consegue neste quadro mostrar o duplo poder de reverência e medo. Contudo para mim o que mais me toca é a liberdade de pintar sem a nostalgia de representar fielmente o que se viu, demonstrando uma grande confiança no futuro, em que tudo pode ser melhorado.


Mark Rothko 1944, Slow Swirl at the Edge of the Sea
Cria símbolos universais do inconsciente. Aqui duas criaturas biomórficas parecem flutuar entre o mar e o céu.


Jackson Pollock 1942, The She-Wolf
Antes do seu estilo mais conhecido, Pollock cria a sua versão da Loba, com raízes na mitologia e iconografia do inconsciente. Talvez este quadro represente a mãe-adoptiva de Rómulo e Remo, os fundadores da Roma antiga.


Jackson Pollock 1950, One: Number 31
Este quadro é enorme, preenche uma parede na galeria dos expressionistas abstractos. Os gestos de Pollock são livres e foi isso que mais me fascinou em todas as telas que ele pintou. Uma liberdade total que não olha a normas nem pretende nada, apenas sugere sensações, a ser vividas pelo observador. Eu senti uma imensa energia, velocidade, força. Parece que no caos surge uma ordem que não consigo explicar.


Ellsworth Kelly 1951, Spectrum Colors Arranged by Chance


Pablo Picasso 1940, Woman Dressing Her Hair


Paul Cezanne 1898, Turning Road at Montgeroult


Vincent van Gogh 1889, The Starry Night
Adoro esta tela, o contraste entre um ceu cheio de energia onde tudo parece ser possivel, sobre uma aldeia adormecida na noite.

Pormenor que eu gostei de uma tela enorme:


Pop:


Andy Warhol



Ok, este faz imensa confusão aos olhos e acho que é porque o cérebro não consegue resolver isto e então os olhos ficam a lutar com o cérebro, experimentem.


O MoMA entretanto fechou às 5.30pm. Pelos vistos a entrada é livre todas as sextas das 4-8pm. Vou voltar. O Natal lá fora, junto com o frio, e o trânsito:



1 comment:

Anonymous said...

Fantástico! Na próxima quero visitar...
Bjocas
Mamã